Esta semana no #VogueBookClub, discutimos a sequela de “Chama-me Pelo Teu Nome”, de André Aciman.
Esta semana no #VogueBookClub, discutimos a sequela de Chama-me Pelo Teu Nome, de André Aciman.
A história de Elio e Oliver, em Chama-me Pelo Teu Nome, preencheu corações por todo o mundo, apenas para depois os partir. Um romance jovem e inocente de descoberta da sexualidade, a obra mostra uma relação de afeto crua e nua dos preconceitos que dominavam a década de oitenta.
Em Encontra-me, o leitor espera dar continuidade ao romance dos dois protagonistas, que se viram separados no fim do primeiro livro. A maior expectativa era a de satisfazer a saudade não só das personagens, mas também do relacionamento que mantinham, da sua essência verdadeira, pura e sem escrúpulos. Na sequela, o sentimento que dominou toda a leitura não foi a euforia ou o entusiasmo, mas a desilusão. Desilusão pela distância entre Elio e Oliver, pela demora no seu reencontro, e, claro, uma enorme desilusão na escolha do novo protagonista e na sua história. Não que haja algo de errado com Samuel Pearlman, mas parece bastante improvável que conheça a sua alma gémea nas circunstâncias em que aconteceu e que ambos soubessem imediatamente que estavam perante a sua cara-metade. Além disso, a rapidez com que os dois se juntam e formam uma família é irreal - apesar de se tratar de um romance, o seu antecessor, Chama-me Pelo Teu Nome, estabeleceu um ritmo mais verdadeiro e genuíno. Na sequela, pouco parece ser autêntico ou natural. Aliás, até o tão antecipado reencontro de Elio e Oliver é forçado.
Depois do sucesso do primeiro livro, adaptado ao grande ecrã com Timothée Chalamet e Armie Hammer, André Aciman deixou as expectativas altas, para depois falhar miseravelmente. Não consigo deixar de sentir até alguma satisfação pelo cancelamento da adaptação cinematográfica de Encontra-me - nem Timothée Chalamet a poderia salvar.
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