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Vozes de Agora: Shiva

12 Jun 2018
By Tiago Neto

São jazz, são fado, são hip-hop e são nove. Nove razões para (re)descobrir que o presente e o futuro se escrevem no feminino.

Dançam as vozes num inquieto molde de palavras e a pele floresce-nos a toda a largura do corpo. São jazz, são fado, são hip-hop e são nove. Nove razões para (re)descobrir que o presente e o futuro se escrevem no feminino. Fotografia de Branislav Simoncík. Realização de Cláudia Barros.

Casaco em pelo, Burberry. Camisola em algodão, Zara.
Casaco em pelo, Burberry. Camisola em algodão, Zara.

Começou a cantar há 20 anos, com 18. De concerto em concerto, convidaram-na para dar voz a alguns refrães por gostarem do que ouviam. Os Tha Quizz foram a primeira morada, seguindo-se os NEXO. Os poemas, esses, eram escritos desde miúda, mas o compromisso não era grande. Em 2001 integra a mixtape RAParigas na voz do soul, o berço da primeira letra original cantada, contudo, no registo soul. Regressa definitivamente em 2017, depois do interregno, para se concentrar na poderosíssima mensagem que transmite enquanto MC. A mixtape Hellas deu-lhe espaço e Shiva retribuiu da melhor forma, como (re)descoberta. 

Influências? “Desde miúda que ouvia a MTV YO! Queen Latifah, Tupac, NTM. Inevitavelmente a minha mãe. Big Punishment, por exemplo. Mesmo hoje regresso sempre aos anos 90, é onde estão as minhas referências.” 

Primeira paixão musical? 5 o’clock, Nonchalant ou Líderes da Nova Mensagem. 

As palavras são um espelho da vida? Muitas vezes são. 

O que é que sente a cantar que não sente em nenhuma outra altura? Poder. 

Autorretrato em três palavras? Justiça, guerreira, bondade.

Passado ou futuro? Futuro. 

Uma música para o resto da vida? 5 o’clock, Nonchalant. 

 

Shiva, Beatriz Pessoa, Mynda Guevara, Sara Correia, Katerina L’Dokova, Elisa Rodrigues, Teresinha Landeiro, Russa e Diana Vilarinho são uma paisagem de sangue novo num panorama profundamente normativo. A música portuguesa tem hoje uma existência saudável e coberta de talento mas é também do crepúsculo da folhagem que a indústria respira. E esta, é a mais bonita de todas as suas constelações. Para o presente ou para o futuro. 

Artigo adaptado da edição de março 2018 da Vogue Portugal.

Tiago Neto By Tiago Neto

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