Como um serviço de streaming ou um Airbnb para o guarda-roupa, o futuro da indústria da Moda pode estar cada vez mais próximo de um modelo baseado no aluguer de peças de roupa.
Como um serviço de streaming ou um Airbnb para o guarda-roupa, o futuro da indústria da Moda pode estar cada vez mais próximo de um modelo baseado no aluguer de peças de roupa.
©Warner Bros
Foi durante o primeiro episódio da sexta e última temporada de O Sexo e a Cidade que Carrie Bradshaw proferiu a famosa frase "Gosto do meu dinheiro onde o consigo ver - pendurado no meu armário". Esta expressão pode ter ficado para a história, mas outras como "Ir às compras é a minha aula de cardio" ou "Gastei quarenta mil dólares em sapatos e não tenho onde viver? Vou ser a mulher que viveu nos seus sapatos" provam que Bradshaw não estava sozinha nos muitos exemplos da obsessão pelo material, pela ostentação e pelo luxo que invadiram a indústria, particularmente, durante os anos 2000.
"Não pratico desporto", disse em tempos Jessica Simpson. "O único exercício que faço é ir às compras. Mas envolve andar muito... e correr às vezes, se alguma coisa estiver em saldos". Com o despertar do novo milénio, a fantasia de comprar, ter e mostrar estava mais in do que nunca - dos episódios de MTV Cribs, que abriam as portas a um mundo onde ter um walking closet maior do que qualquer apartamento em Lisboa era perfeitamente normal, passando pela tendência do logomania ou por Confessions of a Shopaholic, o filme que nos mostrou o lado mais negro de não medirmos os limites dos nossos desejos, a ideia inconsciente de "quanto mais, melhor" traçava o caminho para uma sociedade cada vez mais centrada no consumo.