Se nos perguntarem onde é que os clássicos estão, respondemos-lhe com clareza total: na Chanel. Nesta coleção, Virginie Viard deu um twist às peças que devem ter sempre um lugar cativo em qualquer guarda-roupa.
Se nos perguntarem onde é que os clássicos estão, respondemos-lhe com clareza total: na Chanel. Nesta coleção, Virginie Viard deu um twist às peças que devem ter sempre um lugar cativo em qualquer guarda-roupa.
“Gosto da Chanel clássica,” contou Xavier Veilhan, o artista responsável pela construção do set design e pelo conteúdo audiovisual deste desfile. “Gosto de desporto e é engraçado pensar que um tailleur da Chanel é uma coisa que podes usar para jogar golfe ou para montares um cavalo.” Usar Alta-Costura para fazer equitação pode parecer até descabido. Mas para provar que sim é possível, o desfile abriu com Charlotte Casiraghi, amiga de longa data da maison e agora embaixadora Chanel, a montar Kuskus, um cavalo de oito anos de idade da baía espanhola, primeiro numa passada elegante e só depois a galope. Enquanto isto acontecia Casiraghi vestia um símbolo indissocíavel da Chanel: um casaco em tweed preto com lantejoulas e quatro bolsos.
Virginie Viard, que assume as rédeas criativas da casa há três anos, continua a levar a sua Chanel para mais perto da visão elegante da fundadora, mas não deixa de parte o lado mais extravagante que Lagerfeld construiu durante o seu reinado. “É uma coleção de verão, por isso é muito fresca, mesmo com os bordados”, explicou a diretora artística à Vogue US. “Inspirei-me um pouco nos anos 20 - com as penas e as franjas.” E essa reminiscência é depressa percebida quando os primeiros seis coordenados começam a desfilar. Ao invés das tradicionais saias, o que vimos foram calças: primeiro com um corte reto, depois em balão e depois no formato wide leg, que à primeira vista facilmente se confundem com uma saia. Cada coordenado emanava um allure mais chic que o anterior.
“A ideia para o set design deste desfile surgiu de um desejo de longa data de trabalhar com o Xavier Veilhan. As suas referências ao construtivismo recordam-me as de Karl Lagerfeld,” conta Viard, nas notas de imprensa. “As formas geométricas [do espaço] fizeram-me querer contrastes, um grande leveza e muita frescura: vestidos etéreos que flutuam como se estivessem suspensos, botões coloridos com joias, muitos saltos altos, franjas, macramés, rendas e tweeds iridescentes.”
Para completar o mood frenético dos anos 20 - e o par perfeito para um vestido de franjas - os Mary-Jane em duas cores com um salto inspirado na década de vinte, via anos 80, foram o acessório-chave desta coleção. Também a noiva foi imaginada de uma forma mais casual, com um vestido fluido e sem véu. Para Viard o destaque desta coleção é o look 28, um vestido inteiramente bordado pela Lesage (parceiros de bordado da Chanel) com camélias em contas pretas, brancas e coral que fica completo com um pequeno casaco preto - existe alguma descrição que grite mais Chanel do que esta? “Estas referências pertencem também, naturalmente, a Gabrielle Chanel. É como uma conversa que atravessa o tempo,” remata.
Virginie Viard pode até levantar algumas sobrancelhas a todos aqueles que reclamam por mais excentricidade, mas o percurso que tem feito até agora tem-se revelado um sucesso. Os últimos dois anos foram desafiantes para o mercado de luxo, mas as receitas da maison “cresceram em dois dígitos nos primeiros seis meses de 2021” (per The Guardian). A constante procura pelos produtos Chanel levou a um aumento dos preços, com alguns clássicos da marca (sim, estamos a falar das carteiras) a serem etiquetados com um preço 40% maior face aos primeiros meses de 2020. Ao que parece, em tempos de ansiedade, há quem prefira uma carteira Chanel a rituais mindful - e nós compreendemos.
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