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Austin Butler: o poder das fragrâncias e o apelo do intemporal

18 Sep 2024
By Maria Inês Pinto

© Greg Williams para YSL Beauty

Em entrevista, o ator conta à Vogue Portugal como é ser o rosto de MYSLF, obra-prima da YSL Beauty, numa campanha que é uma celebração de identidade e autenticidade, à medida que reflete sobre as suas inspirações e paixões.

Austin Butler é facilmente reconhecido pela sua presença magnética no cinema e pela sofisticação effortless. Fora do grande ecrã - onde já protagonizou enormes sucessos como Elvis - é também o rosto de MYSLF Le Parfum, a novidade YSL Beauty que surge após o enorme sucesso do original Eau de Parfum - uma fragrância que conquistou não só pela harmonia olfativa, mas por ser a personificação da masculinidade moderna.

De aparência marcante e elegância inerente, Butler encarna na perfeição a essência de MYSLF, que redefine corajosamente os padrões das fragrâncias masculinas. O ator é agora o protagonista de uma campanha que fala de uma mistura semelhante de intensidade e subtileza, fazendo de MYSLF mais do que apenas um Parfum, mas uma afirmação de identidade e independência. 

Os mestres por detrás desta nova versão de MYSLF atribuem o seu sucesso à sua composição única. “MYSLF, ao apostar num floral amadeirado para homem, destaca-se da oferta atual”, explica Antoine Maisondieu, um dos perfumistas, que propõe uma “visão complexa e elegante da masculinidade, longe dos clichés de género.” Christophe Raynaud destaca o “acorde limpo e fresco” da fragrância, realçado pela nota distinta da flor de laranjeira, que os homens “gostam de sentir”. Este perfume floral amadeirado distingue-se num mercado tradicionalmente dominado pelos fougères, segundo Daniela Andrier, que também contribuiu para a sua criação.

Para a variação Le Parfum, o trio de perfumistas teve como objetivo realçar a sensualidade do original, enriquecendo “a fragrância com baunilha de Madagáscar”, e mantendo a flor de laranjeira como ponto focal, diz Raynaud. Maisondieu tinha inicialmente imaginado uma versão ainda mais sensual com uma overdose de fava tonka, mas a composição final resultou num equilíbrio mais refinado e viciante. A adição de pimenta preta e baunilha acrescenta um toque ardente, elevando o calor da fragrância e criando uma aura de sedução intemporal - perfeitamente em sintonia com o apelo ardente mas discreto de Butler.

A Vogue Portugal sentou-se à conversa com o ator para falar sobre a experiência de ser o rosto de uma fragrância que lhe traz um enorme “privilégio por poder entrar na vida de outras pessoas”.

© Greg Williams para YSL Beauty

Primeiramente, gostaria de lhe perguntar se sempre se interessou pelo mundo da perfumaria.

Sim, desde criança que aprecio imenso fragrâncias. Os meus pais tinham diferentes aromas que usavam sempre e penso que isso também passou para mim.

Tenho curiosidade em saber se costuma usar algum tipo de fragrância para entrar nas diferentes personagens que interpreta…

A primeira vez que experimentei isso foi quando estava a fazer uma peça em Nova Iorque chamada The Iceman Cometh e, durante os ensaios, comecei a usar um óleo essencial específico. Na altura estava a experimentar mas depois descobri que, à medida que a peça ia decorrendo, punha esse mesmo aroma e ele despoletava as emoções que eu tinha estado a trabalhar nos ensaios durante muitos meses. E percebi que isso me ajudava muito. 

Existe definitivamente um jogo de identidades com este perfume e, por isso, queria perguntar-lhe como é que se mantém perto da sua, uma vez que está sempre sob os holofotes.

Sim, acho que afastando-me do barulho de tudo, sabe, e ligando-me à minha família e aos meus amigos... agora algo que tenho adorado fazer é, quando estou em casa, recebo um amigo e cozinho para todos. Gosto dessa sensação de estar ao serviço dos meus amigos e de estar lá para toda a gente.

As fragrâncias têm o poder de fazer emergir várias memórias, e já passou mais de um ano desde que o MYSLF original foi lançado, por isso está envolvido neste projeto há já algum tempo. Pode levar-nos de volta a essa época da sua vida?

Sinto-me muito afortunado por, nestes últimos anos, ter podido trabalhar com realizadores com quem sempre sonhei trabalhar e com atores que sempre admirei. E agora estou a trabalhar com a equipa da Yves Saint Laurent nesta campanha, onde posso colaborar com a Julia Ducournau, que é uma realizadora brilhante, e com o Benoît Debie, que é um diretor de fotografia cujo trabalho adoro desde que vi Enter the Void pela primeira vez. Sinto-me realmente muito privilegiado por fazer parte desta campanha.

Qual é a maior diferença entre ser o protagonista de uma campanha e de um filme?

Suponho que se trata menos de eu querer tornar-me noutra pessoa e mais de refletir e explorar os meus próprios gostos e esse tipo de coisas, o que me permite ter conversas como a que estamos a ter agora.

Este perfume é descrito como o "novo ícone radical da YSL Beauty". O que é que significa para si ser um ícone radical?

Não sei se sou um, mas acho que quando penso em ícones radicais ao longo dos tempos, como David Bowie, Marlon Brando ou o próprio Yves Saint Laurent, penso em pessoas que não se preocupavam com o que os outros pensavam delas, ou com as expectativas dos outros. Eram pessoas que se concentravam nos seus próprios impulsos internos, desafiando-se a si próprias e às expectativas externas, afastando-se do próprio medo e apoiando-se nas coisas que desejavam e que as intrigavam, seguindo a própria curiosidade. Penso que é assim que se acaba por ter aquele espírito rebelde que conduz a mudanças radicais no mundo.

Quando o MYSLF original foi lançado, em 2023, tive a oportunidade de conhecer um dos perfumistas que criou esta fragrância, Christophe Raynaud. Ele contou-me que a maior alegria do seu trabalho é ter a oportunidade de criar algo novo todos os dias. Dito isto, queria perguntar-lhe quais são as alegrias do seu.

Primeiramente, passar os meus dias a seguir a minha curiosidade e a aprender sobre outras pessoas e o que as motiva é uma dádiva para mim. É a dádiva da empatia, de certa forma, tentar ver o mundo através dos olhos das outras pessoas. Além disso, outra alegria são todas as competências que adquiro e as pessoas com quem posso interagir e aprender. E depois, para além disso, viajar pelo mundo e poder interagir com pessoas que se ligaram a algo para o qual passei algum tempo a trabalhar… isso tem sido uma parte muito bonita do processo, é viajar pelo mundo e conhecer pessoas que de alguma forma fizeram parte da minha história através da sua experiência com o meu trabalho. É realmente gratificante.

Tenho uma última pergunta. Sendo que esta é uma entrevista para a Vogue, gostava que pudéssemos falar um pouco sobre Moda. Li algures que, para si, é o corte das peças o ponto mais importante; têm que assentar perfeitamente, algo que o próprio Yves Saint Laurent fazia na perfeição. Assim, queria perguntar-lhe quais são as suas outras obsessões de Moda ultimamente?

Bem... Adoro aquela citação de Yves Saint Laurent que diz “A moda desvanece, o estilo é eterno”. Quando vemos uma imagem de Paul Newman, Steve McQueen, Marlon Brando ou James Dean, eles estão vestidos tão bem agora como estavam na altura, e penso que estarão daqui a 50 ou 100 anos. Isso é estilo intemporal. Quando olhamos para imagens de Serge Gainsbourg ou Yves Saint Laurent e vemos este estilo intemporal… acho isso tão atraente e é precisamente para esse estilo que me inclino. 

© Greg Williams para YSL Beauty

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