A Mango dá mais um passo no seu (já longo) caminho pela sustentabilidade com o lançamento da sua primeira coleção denim concebida de acordo com critérios de circularidade. Um marco assinalável, cuja campanha é protagonizada pela modelo e ativista Indira Scott.
A Mango dá mais um passo no seu (já longo) caminho pela sustentabilidade com o lançamento da sua primeira coleção denim concebida de acordo com critérios de circularidade. Um marco assinalável, cuja campanha é protagonizada pela modelo e ativista Indira Scott.
© Mango
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Já todos sabemos que a ganga é um dos materiais mais poluentes do mundo. Apesar disso, os jeans continuam a ser das peças mais desejadas por qualquer mulher (e homem). Há quem passe uma vida inteira à procura do par de jeans perfeito! Então, como solucionar esta equação? Como fazer jeans que não prejudiquem o ambiente? A Mango há muito que se debruça sobre este problema. Para começar da melhor forma o novo ano, a marca criou uma coleção de denim mais sustentável, em formato de cápsula, em que as peças foram concebidas com um único tipo de fibra (100% algodão, sendo que 20%, no mínimo, é de origem reciclada) e abdicado das tradicionais etiquetas. Para conseguir um mínimo de resíduos no processo final de desenvolvimento, as peças foram criadas com uma tecnologia de desenho digital 3D. O uso de produtos químicos e de água foi também minimizado.
Importa perceber, contudo, que esta não é uma iniciativa isolada, já que faz parte da nova estratégia de sustentabilidade da marca. Chama-se Visão Sustentável 2030, e ambiciona que até 2030 os critérios de modelo circular predominem nas coleções e que 100% das fibras usadas sejam de origem sustentável ou reciclada. Nos planos da Mango para continuar este processo existem três linhas de ação: Give it back to the loop contempla a criação de peças com desenhos mais simples, com um único tipo de fibra ou menos acessórios, para que as possibilidades de reciclagem aumentem. Extended life consiste em apostar na conceção de peças mais duradouras e intemporais. No Waste, por seu lado, foca-se na maximização dos materiais usados e na reincorporação de resíduos têxteis.
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Mas voltemos a esta nova coleção de denim, repleta de peças-tendência, cujas cores predominantes são o índigo e o preto. Há uma clara influência do início dos anos 2000 — cinturas descidas, pormenores cargo, cortes largos —, que é também um dos estilos preferidos de Indira Scott, protagonista da campanha. A Vogue Portugal falou em exclusivo com a modelo e ativista americana.
O que significa para si representar a Mango numa coleção tão única e especial? Sinto-me honrada por representar a Mango na jornada sustentável em que está a embarcar, uma vez que se alinha diretamente com o que me apaixona ver nesta indústria. Esta coleção é o exemplo perfeito do que sempre defendi durante toda a minha carreira: se pelo menos tentarmos, é possível ter uma indústria mais sustentável.
Marcas de referência, como é o caso da Mango, estão a abordar esta forma de produção sustentável. Para alguém tão preocupada com o ambiente, isso deve ser entusiasmante. Como é que isso a faz sentir? É verdadeiramente bonito ver marcas influentes como a Mango trabalharem neste sentido, porque vão dar o exemplo. Vão mostrar à indústria o que é possível fazer e o que ainda tem de ser feito, bem como mostrar o poder que têm para alterar o paradigma atual da indústria. Movimentos como este irão desencadear conversas e fazer muitas outras empresas questionar e alterar os seus modelos de negócio. Isto deixa-me muito esperançosa para o futuro da Moda e o impacto mais reduzido que terá nos nossos ecossistemas.
Mesmo hoje em dia, muitas pessoas não estão plenamente conscientes do impacto ambiental da indústria da Moda. Como lhes explicaria o quão relevantes são estas iniciativas sustentáveis? Penso que é imperativo que todos nos tornemos conhecedores do impacto que a Moda tem no ambiente, bem como das iniciativas que podemos adotar para o reduzir. Quer se seja consumidor ou produtor, uma vez compreendido o papel que todos nós desempenhamos na proteção do ambiente, será impossível ignorá-lo. A Terra é a nossa casa e não podemos dar prioridade à monetização em detrimento do futuro dos nossos meios de subsistência.
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Quais são as suas peças favoritas da coleção? É muito difícil escolher, mas diria que são as [calças] cargo, a saia maxi e o colete.
Trata-se de uma coleção totalmente dedicada à ganga. É fã do all-denim look? Honestamente, esta coleção foi feita para mim! Sempre fui fã de peças de ganga, e os looks all-denim sempre me fizeram sentir como se estivesse a viver as minhas fantasias dos anos 2000. Além disso, já repararam que têm o poder de fazer qualquer pessoa parecer mais cool?
Esta coleção cápsula apresenta peças inspiradas nos anos 2000, uma tendência que temos visto muito no último ano. Entre cinturas descidas, calças cargo ou mesmo pormenores desfiados, qual é a sua parte favorita no estilo dos anos 2000? A minha parte favorita do estilo dos anos 2000 é a diversão e a liberdade que o acompanham. Sinto-me sempre melhor quando me visto de acordo com a forma como gostava quando era mais nova; adoro toda a influência que este estilo traz. Sinto que todas as tendências dos anos 2000 encapsulam a essência da minha criança interior. Se pudesse usar um vestido com calças e vários cintos todos os dias, usaria.
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Uma vez que se trata de uma coleção cápsula, quais são, para si, as peças essenciais num guarda-roupa cápsula? Os meus must-haves num guarda-roupa cápsula incluem: básicos seguros que podem ser usados com qualquer combinação, que sejam universais; peças únicas que não façam necessariamente sentido na moda convencional, mas que acrescentam “algo” a um outfit; uma peça daquelas para a qual as pessoas olham durante mais tempo porque “nunca viram nada assim”; e ainda acessórios que, para além de embelezarem o look, também servem como forma de interligar todas as peças. Ah, e bons sapatos. Toda a gente precisa de um excelente par de sapatos.
Por último, como é que combinaria uma das peças desta coleção para a tornar “sua”? Sem dúvida que usaria as [calças] cargo, o casaco de ganga desfiada (alguns tamanhos acima do meu, para ficar super baggy) e adicionava um lenço na cabeça, botas ou Jordan’s e, ainda, um par de óculos de sol bem sofisticado.
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