Abriu a Saint Laurent na semana de Moda de Paris, um feito para poucas modelos - e nenhuma portuguesa. O nome nacional é exclusivo da marca e destaca-se na indústria com entrada pela porta grande. A Vogue falou com Maria Miguel.
Abriu a Saint Laurent na semana de Moda de Paris, um feito para poucas modelos - e nenhuma portuguesa. O nome nacional é exclusivo da marca e destaca-se na indústria com entrada pela porta grande. A Vogue falou com Maria Miguel.
Não procurou a Moda, foi a Moda que a encontrou. Queria ser futebolista (o clube do coração, revela na entrevista abaixo) e sempre desvalorizou as abordagens na rua para enveredar por modelo. Talvez essa displicência pela profissão seja prova do seu maior empenho: não procurou, mas deu tudo quando a oportunidade surgiu. Não é deslumbrada, mas é grata em dobro pelas conquistas que lhe têm surgido pelo caminho. Não teve ânsia de chegar demasiado longe demasiado cedo, mas nunca esmoreceu na altura de agarrar com as duas mãos momentos reservados apenas para algumas.
Quando Tomás Monteiro a procurou em Paris, para fazer as fotos que pontuam esta entrevista, Maria, 16 anos, tinha acabado de abrir o desfile da Saint Laurent, um dos mais seletos na semana de Moda de Paris. Confessou que só soube que ia abrir a passerelle mesmo em cima do início da apresentação e ainda lhe fugiu um "de certeza?!", para o diretor de casting.
A humildade, desconfiamos nós, vai levá-la longe. E o primeiro passo gigante está dado: é modelo exclusiva Saint Laurent.
Como foi o casting para a Saint Laurent? Quem estava lá e como se processou tudo? Foi um casting como outros embora, naturalmente, com mais ansiedade. O Anthony (Vaccarello), o Samuel e Robert (da equipa YSL) viram-me, mas saí de lá sem a mínima noção do que sentiram. Não me apercebi de qualquer sinal ou comentário (positivo ou negativo). Uns dias depois, confirmaram.
Quando soubeste que ias desfilar, estavas à espera? E abrir o desfile, como é dar os primeiros passos numa passerelle tão reconhecida? Não estava à espera e muito menos de abrir. Ainda custa acreditar. Foi tudo perfeito.
O que esperas conquistar a partir daqui, para onde queres seguir? Tenho, antes de tudo, conseguir conciliar a vida de modelo com os estudos. Mas quero aproveitar todas as oportunidades. E deixar em cada trabalho todo o meu esforço, dedicação e profissionalismo. Depois se verá onde chego.
Tens algum sonho que queiras concretizar na Moda? Como momento, vivi o sonho. Este desfile colocou a fasquia muito alta. Para muitas pessoas foi dos desfiles mais bonitos de sempre. Como carreira tenho tudo a fazer.
Como foste descoberta? Na rua era abordada várias vezes... sempre desvalorizei. Um dia, a minha tia levou me à L’Agence que, juntamente com a Next, apostaram em mim.
Ser modelo foi algo que sempre quiseste ser? NUNCA pensei. Era uma maria rapaz.
O melhor da profissão? E o mais difícil? O melhor... desfilar. O pior: estar longe da família e dos amigos.
Ouvi dizer que queres ser futebolista. Como vais conciliar as duas coisas? O futebol ficou para trás. Não posso ter lesões. Dou uns toques com o meu pai.
És de que equipa de futebol? Sporting, claro.
Antes de começares, que ideia tinhas desta indústria da Moda e profissão? Não tinha ideia nenhuma. Era algo que me passava completamente ao lado.
Além de YSL, que outros designers e marcas são os teus favoritos? Gosto de vários, mas é difícil destacar algum. Porém, a Saint Laurent e o Anthony com toda a sua equipa vão ser sempre muito especiais para mim. Apostaram. Acreditaram. Espero ter estado à altura.
5 "Likes" da Maria Miguel:
- comida favorita? ... um hambúrguer com tudo aquilo que faz mal.
- livro favorito? "A thousand splendid suns", de Khaled Hosseini.
- cidade preferida? Gosto de todas as cidades em que vivi (Braga, Luanda, Londres e Porto) e de todas guardo fantásticas memórias e amigos. Mas o Porto é a minha preferida.
- uma música para ouvir em qualquer altura? Cada altura tem a sua música. A minha all time favourite é a "Back to black", da Amy Winehouse.
- um dia perfeito? Um dia no Gerês.
Todas as imagens © Tomás Monteiro