Naquele que seria o seu 60º aniversário de Lady Di, revisitamos alguns dos coordenados mais icónicos da eterna Princesa do Povo.
Naquele que seria o seu 60º aniversário de Lady Di, revisitamos alguns dos coordenados mais icónicos da eterna Princesa do Povo.
© Getty Images
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Terá havido um tempo em que retratos monárquicos eram feitos tendo por base moedas do seu país. O artista incumbido de representar determinada figura real recebia uma moeda com o perfil a partir do qual iria retratar uma pessoa que, nove em 10 vezes, nunca tinha visto presencialmente. Na era da fotografia, o retrato real ultrapassa a pintura a óleo, e a Princesa Diana eterniza-se no seu estilo.
Cindy Crawford refere Diana Spencer como um “ato de classe que nos mostrava o que uma princesa moderna deveria ser”. A figura da Princesa de Gales parece assumir uma relevância intemporal, tendo a jornalista Julia Pitaluga, num artigo para a Vogue Brasil, referido Lady Di como um “ícone de inspiração imortal”.
Ao longo do seu percurso, Lady Di foi-se afirmando enquanto uma figura individual independente da tradição monárquica. Tal evolução foi acompanhada pelo seu estilo. Desde as cores fortes e cortes acentuados até ao estilo prático e intemporal, podemos, através dos coordenados que escolhia, reconhecer o momento em que Diana deixou de tentar integrar-se na monarquia e começou a assumir um gosto individual que, até aos dias de hoje, nos influencia.
Hailey Bieber, Camille Charrière, Kaia Gerber, e tantas outras personalidades, adotaram os cycling shorts à semelhança de Diana – com uma oversized sweatshirt, dad sneakers e umas meias desportivas. Um oversized look que se torna feminino com os tight shorts. O simples ato de exibir as pernas nuns cycling shorts, foi uma opção altamente disruptiva.
A liberdade de apresentação parece-nos natural na atualidade, mas aquilo que eram os looks “ousados” de Diana, que fugiam da tradição da representação de uma princesa, foram opções conscientes de uma mulher que representava o futuro de uma monarquia adaptada à atualidade e não congelada na sua própria história. Diana utilizou os seus looks enquanto afirmações públicas de poder, controlando assim a narrativa sobre si própria nos media. O icónico little black dress que vestiu após terem sido publicadas notícias da infidelidade de Príncipe Charles, o seu marido, foi uma afirmação de independência de Charles e, consequentemente, da monarquia.
A Diana que passeava pelo parque com as mãos nos bolsos, umas botas texanas, um blazer oversized e um boné não é a mesma Diana que, numa camisola de malha colorida, se escondia atrás da figura de Charles. Impedida de se afirmar através do discurso, Diana afirmou-se visualmente, declarando a sua posição como a mais adorado e mediático membro da família real britânica.
Antes do atual culto de celebridades já a Diana Spencer ocupava a imprensa internacional, tendo-se transformado numa figura influente e consciente da sua influência que não se abstém da intervenção pública. A aura de acessibilidade inacessível da Princesa do Povo, uma descrição difícil de conciliar, foi-nos relembrada recentemente com o fenómeno mundial The Crown. Valorizada e criticada em igual medida, Lady Di representa a realidade de uma mulher moderna – sempre demasiado e nunca suficiente.
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