Bella Hadid com brincos Chopard e colar Schiaparelli na estreia do filme Tre Piani, no 74º Cannes Film Festival, 2021. Fotografia: Daniele Venturelli / Getty Images.
Para lá de prémios que honram uma panóplia de artes e indústrias criativas, as principais cerimónias e galas trazem também consigo um dos momentos mais aguardados da noite: a red carpet.
Das escadas do Metropolitan Museum, em Nova Iorque, ao Dolby Theatre, em Los Angeles, as passadeiras vermelhas são tão importantes quanto os eventos que anunciam — e fazem-se acompanhar por visuais adornados por joias que elevam looks ao estatuto de memoráveis.
Autênticas obras de arte, as joias que vemos nas passadeiras vermelhas unem a elegância intemporal e o glamour típico de Hollywood a histórias de décadas passadas. Entre os incomparáveis diamantes Harry Winston de Madonna, os brincos esmeralda de Angelina Jolie ou o crucifixo de arquivo Cartier de Rihanna, destacamos algumas das joias imortalizadas pelas passerelles alcatifadas, que provam que os diamantes são mesmo os nossos melhores amigos.
Lady Gaga, nos Óscares de 2019, em Tiffany & Co.
A cerimónia dos Óscares é, para muitos, o pináculo de Hollywood e da indústria cinematográfica. Em 2019, após o sucesso de Assim Nasce Uma Estrela (2018), Lady Gaga venceu na categoria de Melhor Música Original, com o tema Shallow, mas foi durante a passadeira vermelha que brilhou verdadeiramente. A cantora e atriz usou um vestido preto Alexander McQueen, adornado por um dos maiores diamantes do mundo: o mítico Tiffany Diamond. Com mais de um século de história, o diamante amarelo de 128 quilates tem residência permanente na morada da Fifth Avenue da Tiffany & Co., em Nova Iorque, e foi usado pela primeira vez por Mary Whitehouse em 1957, no Tiffany Ball em Newport, Rhode Island. Voltou a ser usado em 1961, quando Audrey Hepburn o escolheu para promover o filme Breakfast at Tiffany’s, e desde então, permaneceu em arquivo durante décadas. Num testamento à raridade da joia, Lady Gaga foi apenas a terceira mulher a usar o diamante, sendo também a primeira a usá-lo na passadeira vermelha de uma cerimónia de entrega de prémios.
Lady Gaga com joalharia Tiffany & Co., nos Óscares de 2019
Frazer Harrison/Getty Images
Elizabeth Taylor, nos Óscares de 1970, em Cartier
Elizabeth Taylor e Richard Burton protagonizaram uma das histórias de amor mais intensas e controversas de Hollywood. Numa espécie de aventura épica, o romance conquistou uma legião de headlines ao longo das décadas, e provou que os casamentos podem ser efémeros, mas as joias são eternas. Na cerimónia dos Óscares de 1970, Taylor usou um colar Cartier repleto de diamantes em corte pêra, desenhado para cobrir a cicatriz da atriz – consequência de uma traqueotomia – e destacar o agora lendário diamante Taylor-Burton, de 69.42 quilates. O diamante, comprado por Burton à Cartier, foi inicialmente cravado num anel antes de ser transformado num colar, e fazia-se acompanhar de uma política de segurança rígida. Esta ditava que este apenas podia ser usado publicamente durante 30 dias por ano, sempre acompanhado por guardas armados. Após o segundo divórcio dos atores, em 1978, Taylor vendeu o diamante por aproximadamente cinco milhões de dólares e meteu um ponto final (temporário) na sua relação com Burton.
Elizabeth Taylor com colar Cartier, nos Óscares de 1970
Ron Galella/Ron Galella Collection via Getty Images
Bella Hadid, no Festival de Cinema de Cannes de 2021, em Schiaparelli e Chopard
Num momento que redefiniu a forma como olhamos e pensamos sobre joalharia, Bella Hadid vestiu e respirou Schiaparelli durante a premiere do filme Três Andares, no Festival de Cinema de Cannes de 2021. A modelo usou um vestido preto justo, de lã, diretamente da coleção de alta-costura outono/inverno 2021, assinada por Daniel Roseberry, no entanto, a pièce de résistance do look foi a joia que usou ao peito. Inspirada no nosso sistema respiratório, a peça tinha um design complexo e delicado, que representa os pulmões humanos e reflete os vários caminhos percorridos pelo oxigénio que respiramos. Para completar o look, Hadid usou também um par de brincos com rubis e diamantes e um anel de cocktail, ambos da Chopard.
Bella Hadid com brincos Chopard e colar Schiaparelli na estreia do filme Tre Piani, no Festival de Cinema de Cannes de 2021
Daniele Venturelli / Getty Images.
Angelina Jolie, nos Óscares de 2009, em Lorraine Schwartz
Numa prova de que a simplicidade é, por vezes, o maior statement, durante os Óscares de 2009, Angelina Jolie deu uma nova vida ao uso de esmeraldas nas passadeiras vermelhas. Apesar de serem consideradas uma das mais valiosas pedras preciosas, as esmeraldas mantiveram-se afastadas das red carpets durante décadas, após uma presença quase assídua nos looks de Elizabeth Taylor na década de 60. Para a 81ª edição da cerimónia que honra os grandes ecrãs Jolie, que estava nomeada para a categoria de Melhor Atriz pela sua performance no filme A Troca (2008), optou por um vestido preto Elie Saab e uns brincos oversized em esmeraldas de 115 quilates da Lorraine Schwartz. A joia destacou-se pelo seu design geométrico e corte pêra, e marcou o regresso da emblemática pedra preciosa verde às red carpets.
Angelina Jolie com brincos Lorraine Schwartz, nos Óscares de 2009
Steve Granitz/WireImage
Madonna, nos Óscares de 1991, em Harry Winston
Inspirada na letra do tema Diamonds Are a Girl's Best Friend, interpretada por Marilyn Monroe no filme Os Homens Preferem as Loiras (1953), Madonna elevou o significado de glamour, durante a noite dos Óscares de 1991. A rainha do pop, que chegou à cerimónia acompanhada por Michael Jackson, deslumbrou num vestido assinado por Bob Mackie e 20 milhões de dólares em diamantes naturais Harry Winston, num look que fez jus à eterna material girl. Entre brincos em cascata, pulseiras conjugadas com luvas de ópera e um colar saído de um conto de fadas radiante, Madonna afirmou-se como o derradeiro camaleão da Moda. Mais tarde, numa performance memorável, subiu ao palco para atuar Sooner or Later, a música do filme Dick Tracy (1990) que, nessa noite, conquistou a estatueta para Melhor Música Original.
Madonna com joalharia Harry Winston, nos Óscares de 1991
Ron Galella/Ron Galella Collection via Getty Images
Zendaya, no Festival de Cinema de Veneza de 2021, em Bulgari
Com uma cinematografia cativante e um elenco de luxo, Dune (2021) leva-nos numa viagem por um universo futurista repleto de referências culturais e artísticas. Para a sua premiere no Festival de Cinema de Veneza de 2021, Zendaya – que interpreta uma das personagens principais –, pisou a red carpet num visual ousado que reflete o espírito do filme. Na estreia da atriz num dos eventos que mais honra o cinema, Zendaya usou um vestido Balmain custom-made e joias exuberantes da coleção Magnifica da Bulgari (a mais valiosa da maison). Ao peito, a atriz usou o colar Hypnotic Emerald, com uma esmeralda de 93 quilates presa nas mandíbulas de uma serpente coberta de diamantes e esmeraldas. Com um anel a condizer, o look completo somou 131,56 quilates de esmeraldas e 62,69 quilates de diamantes, elevando-o ao status de inesquecível.
Zendaya com colar e anel Bulgari, na estreia do filme Dune, no Festival de Cinema de Veneza de 2021
Ernesto Ruscio/Getty Images
Rihanna, na Met Gala de 2018, em Cartier
Sob o mote de Heavenly Bodies, o dress code da Met Gala de 2018 explorou a relação entre a Moda e a igreja Católica. Para a ocasião, e como é já costume, o look de Rihanna foi um dos destaques da noite. A cantora encarnou a figura de uma papisa e subiu a escadaria do Metropolitan Museum coberta de cristais bordados, num conjunto Maison Margiela por John Galliano e uma mitra com a assinatura Stephen Jones. Para um toque final que ficará para a história, Rihanna usou um crucifixo vintage Cartier, de 1934. Feita de ouro, prata, diamantes, rubis, pérolas, opala, topázio e safiras, a peça une a preciosidade da joalharia aos princípios sagrados do catolicismo, e reafirmou a artista como uma das principais estrelas das passadeiras vermelhas.
Rihanna com crucifixo vintage Cartier, na Met Gala de 2018
George Pimentel/Getty Images
Sophia Loren, no Festival de Cinema de Cannes de 1955
Um símbolo da elegância intemporal e glamour tipicamente europeu, Sophia Loren redefiniu o rumo da história do cinema e da Moda do século XX através do seu carisma e talento. No Festival de Cinema de Cannes de 1955, a atriz italiana celebrou a sétima arte com uma presença magnética e um look ousado, regido pelas normas da estética Old Hollywood. Aliada a um vestido Emilio Schuberth, um manto de pelo e luvas de ópera, a atriz usou um colar que primava tanto pela opulência como pela sua sofisticação. Os detalhes sobre a origem da joia são escassos, no entanto, o seu design clássico e repleto de pedras preciosas consolidou Loren como uma das principais referências de estilo e sofisticação dos anos 50 e 60.
Sophia Loren no Festival de Cinema de Cannes de 1955
ullstein bild/ullstein bild via Getty Images
*Artigo integrado no âmbito do suplemento Spoil Me, da edição What's Next Issue, disponível na nossa e-shop.
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