Fotografia: D.R
Há coleções que nunca passam de moda, ainda que estejam sempre a par e passo das tendências dos tempos que correm. A icónica gama “Alhambra” da Van Cleef & Arpels é um desses exemplos: intemporal desde a sua criação em 1968, o passar das décadas não esmoreceu o seu fator novidade.
Até porque a marca de alta joalharia também nunca descansou à sombra do sucesso deste signo, introduzindo ao longo do tempo novas características que foram renovando o seu apelo, principalmente para aqueles que aprenderam a colecionar este motivo Alhambra, símbolo de sorte e reflexo de uma visão otimista da vida que é apanágio da Van Cleef & Arpels. Este ano, o ouro amarelo guilloché, essa técnica especial com veios raio-de-sol que a maison usa desde 1910 e que introduziu nesta coleção em 2018 para assinalar o seu 50º aniversário, surge acompanhado do azul profundo da preciosa ágata tanto no relógio Sweet Alhambra como no anel reversível Vintage Alhambra (e ainda num pendente e num par de brincos), prometendo atrair todos aqueles que adoram as últimas modas, mas que são também fãs de bons investimentos que não se esgotam numa estação.
Esta combinação de “ouro sobre azul” não é apenas literal, mas antes um reflexo desta expressão que significa “tudo de bom”: continuando o repto da marca em priorizar o savoir-faire e a perícia da sua joalharia, esta coleção Alhambra conhecida pela sua seleção de pedras e pela rica paleta de materiais e matizes não desilude nesta nova aposta, mantendo a qualidade da sua manufatura tanto naquilo que não se vê a olho nu, como na óbvia beleza do design. A começar na textura que o motivo guilloché traz e a rematar com a ágata azul, introduzida pela primeira vez na linha Alhambra em 1989. Esta variante de calcedónia translúcida responde às rigorosas exigências da casa francesa, que dá prioridade ao material puro, à cor intensa e à superfície reluzente, que depois se reunem no emblemático motivo do trevo. Aliás, a sua componente natural é tal que é possível observarem-se ligeiras variações de opacidade, conferindo às criações a sua singularidade e o seu charme, exponenciados pelas diferentes, e particularmente delicadas, etapas do processo de polimento.
A cereja no topo é um contorno de contas, assinatura da Van Cleef & Arpels, que rodeia cada motivo e realça a combinação do ouro guilloché brilhante com a ágata azul escura, uma criação que se traduz nas novas peças da maison, muito mais que apenas um acessório extremamente belo. O anel Vintage Alhambra, por exemplo, é reversível, permitindo alternar entre uma versão completa em ouro ou com a ágata azul visível. Em 2023, fazendo jus à sua missão de renovar a arte da joalharia do quotidiano com criações que se adaptam a diferentes desejos e silhuetas, a Van Cleef & Arpels apresentou esta peça transformadora enraizada na tradição das joias conversíveis que a maison tanto preza. Para 2024, o modelo reinventa-se com as suas duas faces – uma em ouro amarelo guilloché engastado com um diamante e a outra em ágata azul – e um contorno com contas duplas a refletir os códigos estéticos da coleção, mas também a qualidade da sua produção (todos os componentes de todas as peças são montados e ajustados à mão): o seu mecanismo gira fluída e consistentemente e a altura do diamante foi concebida para garantir um uso confortável e para preservar a radiância da pedra. A mestria do relógio Sweet Alhambra continua este mote de evolução e o polimento final realça o relógio que parece duplicar como bracelete-amuleto.
Não seria de estranhar: desde o início da casa que as criações são inspiradas por esta ideia de boa fortuna. Uma ideia que se mantém eterna, daquelas que nunca passam de moda.
Publicado originalmente na edição "The Big Book of Trends" da Vogue Portugal, de setembro 2024, disponível aqui.