Esta semana, no #VogueBookClub reunimo-nos para analisar a distopia feminista 'The Power', de Naomi Alderman.
Esta semana, no #VogueBookClub reunimo-nos para analisar a distopia feminista 'The Power', de Naomi Alderman. Depois de títulos como Disobedience (2006) e The Lessons (2010), foi The Power (2016) que trouxe a Alderman o Women’s Prize for Fiction de 2017 e colocou o seu nome na ribalta.
Existem dois tipos de opiniões relativamente à obra de Naomi Alderman: há quem considere The Power como sendo o livro perfeito para reflexão, com ideias disruptivas e bons contributos para a teoria feminista contemporânea; e há quem o ache um insulto aos movimentos pela igualdade de género que têm vindo a ser defendidos nos últimos anos. Por aqui, deixamos desde já bem assente que partilhamos do primeiro ponto de vista, mas antes de explicarmos os motivos para tal, façamos um pequeno resumo da história contada neste livro de ficção.
The Power apresenta-se como uma distopia em que os papéis de género são questionados. Devido a uma mutação genética - denominada skein - que concede uma força eletrostática às pessoas do sexo feminino, diversas mulheres começam a utilizar este seu poder para contrabalançar antigas desigualdades de género. Assim, à medida que o poder se espalha por todo o mundo, os desequilíbrios invertem-se e passa a ser o outrora denominado “sexo fraco” que controla a sociedade.
No fundo, falamos de um livro que pega no panorama social da atualidade e o vira ao contrário. Groundbreaking? A premissa talvez não, mas o mesmo já não se poderá dizer das questões que Naomi Alderman consegue levantar através da evolução que as personagens principais (do sexo feminino) vão sofrendo. Até porque estas começam por ser as vítimas da história, porém, quando recebem os seus poderes, conseguem usar essa nova vantagem para sair das situações abusivas em que se encontravam. Mas também existem casos em que esse limite é ultrapassado, procurando utilizar o novo poder para causar dor aos homens que previamente o tinham feito.
Para o leitor feminino que se encontra do outro lado, são várias as questões que começam a aparecer: o que farias se o teu género fosse o dominante? Abusarias do teu poder? Serias capaz de proteger as minorias? Sem dúvida que Naomi Alderman leva as suas próprias respostas ao extremo, e esses são os pontos mais criticados pela teoria feminista, já que a autora acaba por comprovar que, casos os papéis se invertessem, manter-se-ia a mesma desigualdade de género, apenas com o sexo feminino no papel de dominante.
Dessa forma, aconselha-se a leitura de The Power como uma forma de reflexão. Algumas passagens poderão mexer com o nosso sistema nervoso, mas nem seria um bom livro se não trouxesse as mais diversas emoções à superfície da pele.
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O Vogue Book Club é uma rubrica semanal, neste espaço um membro da equipa Vogue Portugal propõe-se a refletir, ou apenas comentar, um livro - seja uma novidade literária ou um clássico arrebatador. Pode participar nesta discussão através da hashtag #VogueBookClub.
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