A poesia de Louise Glück é como uma confissão feita na linguagem das flores. No decorrer desta alegoria a poetisa faz considerações sobre a morte, a vida e o amor.
A poesia de Louise Glück é como uma confissão feita na linguagem das flores. No decorrer desta alegoria a poetisa faz considerações sobre a morte, a vida e o amor.
“after the first cries,doesn’t joy, like fear, make no sound?”
The Wild Iris é o livro de poemas mais famoso de Louise Glück, uma das mais bem-sucedidas poetas americanas da atualidade. Glück coleciona inúmeros prémios e honras, entre elas o Pulitzere o Prémio Nobel da Literatura, pela sua “inconfundível voz poética que, com beleza austera, transforma a existência individual, universal”. The Wild Iris é a sua obra que mais materializa esta atitude.
O livro surge como uma metáfora peculiar entre a curta vida de flores num jardim e a própria volatilidade do percurso de vida humana. Desde o florescimento à sua inevitável morte, acompanhamos as diferentes estações do ano num jardim, na intimidade das plantas que lá habitam. A poesia é metaforicamente rica, ainda que tenha uma certa austeridade característica da autora. Num estilo quase conversacional abordam-se temas como a mortalidade, tempo ou a joie de vivre. Os monólogos apelam a alguém, a um algo, que pode ser deus, ou o universo, procuram deliberar a profunda incerteza de viver. Por vezes a voz torna-se ela mesma na divindade de toda a vida, outras é apenas uma prece distante.
Ao longo dos seus 54 poemas, The Wild Iris, tece a linguagem das flores. O livro é de uma beleza excecional, cada um dos poemas como uma confissão enraizada na metáfora natural. Não existe no entanto nenhum do romantismo exagerado por detrás da alegoria floral, existe, de facto, uma certa sobriedade na linguagem. É capaz de ser esta característica que mais distancia The Wild Iris de qualquer outro livro de poemas, o cuidado com o qual cada palavra é escrita, pausadamente considerada, quase como um segredo. É quase como ouvir conservas alheias, derivamos um prazer quase pecaminoso destas introspecções tão metaforicamente embelezadas.
“You want to see my hands?As empty now as at the first note.Or was the point alwaysto continue without a sign?”
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