Numa colaboração com a artista ucraniana Olesia Trofymenko, a maison francesa apresentou uma coleção que se revela um grito de esperança.
Numa colaboração com a artista ucraniana Olesia Trofymenko, a maison francesa apresentou uma coleção que se revela um grito de esperança.
“A árvore da vida conecta todas as formas de criação; esta suporta o céu e liga-o à terra através das suas braças e raízes,” pode ler-se no comunicado da Dior relativo à sua apresentação de Alta-Costura para o outono/inverno 2022. Na sua mais recente coleção, Maria Grazia Chiuri bebeu da fonte de inspiração que é o trabalho de Olesia Trofymenko, uma pintora ucraniana que coloca a árvore da vida no núcleo das suas obras.
Não há como não ver a Natureza no desfile da maison francesa. Algodão, seda, lã - as fibras naturais por excelência - foram preponderantes nos coordenados exibidos, com a utilização de um luxuoso fio de seda para bordar os elementos representativos da árvore da vida. Até a própria paleta cromática remete para um estilo de vida campestre, com o tom bege a pintar a grande maioria dos looks do desfile de Alta-Costura. Uma monocromia tão sóbria corria o risco de se revelar aborrecida, no entanto, as texturas intrigantes e variadas conseguiram roubar a nossa atenção coordenado após coordenado.
Quanto às silhuetas, é possível verificar-se ainda réstias de um outrora inovador New Look, com o regresso do famoso Bar jacket. “Esta é uma questão de moldar os materiais e as formas no espaço de reflexão que o Atelier representa, permeável à realidade social em que vivemos,” anunciou a Dior. “A árvore da vida é um chamamento, um aviso, para fazer transparecer mais tradições e gestos que nos permitam recuperar o equilíbrio, nem que seja apenas por um momento.”