De Sigourney Weaver em Alien a Sandra Bullock em Gravity, a Vogue destaca oito filmes que colocam a mulher no centro da exploração espacial.
De Sigourney Weaver em Alien a Sandra Bullock em Gravity, a Vogue destaca oito filmes que colocam a mulher no centro da exploração espacial.
Gravity ©Movie Still
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Quando Neil Armstrong e Buzz Aldrin aterraram na Lua, a 20 de julho de 1969, foi um pequeno passo para o Homem, mas um salto gigante para Hollywood. Claro que a ficção científica já era um género popular, mas o marco histórico despertou ainda mais a imaginação da indústria cinematográfica, levando-a a novas alturas. O que se seguiu foi uma série de filmes passados no espaço, do primeiro episódio de Star Wars a Close Encounters of the Third Kind de Steven Spielberg. Os anos 80 e 90 ofereceram muitos outros hits do género — entre eles Flash Gordon, Apollo 13 e Armageddon — e obras cinematográficas mais recentes como First Man provam que o interesse perdura. O único senão? À semelhança da realidade, as representações cinematográficas da exploração espacial continuam a ser dominadas pelo género masculino.
No ano em que se celebra o 50º aniversário da missão Apollo 11, a Vogue reuniu oito filmes sci-fi que colocam a mulher no centro do espaço — das obras cinematográficas que documentam os primeiros anos da corrida espacial às visões mais distópicas do futuro e aos franchises que se passam numa galáxia far, far away.
Barbarella, 1968
©Getty Images
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Dos figurinos space-age de Paco Rabanne à performance campy de Jane Fonda, existem muitos elementos para serem apreciados nesta fantasia intergaláctica de Roger Vadim. O filme segue a aventureira espacial numa missão para encontrar o maléfico cientista Durand Durand e prevenir que a sua arma, a Positronic Ray, caia nas mãos erradas. Para além dos duplos sentidos e dos recursos característicos de um B-movie, Barbarella é uma raridade: uma astronauta empoderada que redefiniu o género no final dos anos 60 e abriu o caminho para que uma nova geração de mulheres conquistasse o cinema sci-fi.
Alien, 1979
©Movie Still
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A tenente Ellen Ripley é uma verdadeira heroína do espaço — uma guerreira decidida e implacável, capaz de aguentar a narrativa de horror de Ridley Scott. Quando um alien inflitra o veículo espacial Nostromo e ataca os astronautas abordo, é Ripley quem assume o comando da situação. No seu macacão cinzento, arma na mão, Ellen transforma-se no protótipo de estrela de filme de ação, que não olha a meios para proteger aqueles que mais ama. Interpretada por Sigourney Weaver, que regressa ao papel em Aliens, Alien 3 e Alien: Resurrection, Ellen Ripley é uma personagem com pouca (ou nenhuma) competição à altura.
The Fifth Element, 1997
©Movie Still
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Com o seu bob tangerina e o seu bodysuit branco ao estilo bondage, a Leeloo de Mila Jovovich transformou-se numa sensação da cultura pop quando o sucesso sci-fi de Luc Besson chegou às salas de cinema, em 1997. Um humanoide capaz de destruir o mal, Leeloo escapa de um laboratório, salta de um edifício e aterra num táxi voador conduzido por Korben Dallas, um antigo soldado interpretado por Bruce Willis. Aquilo que se segue é uma aventura espacial onde o par procura pedras, cada uma delas representante de um elemento, para salvarem o planeta e derrotarem Jean-Baptiste Emanuel Zorg, interpretado por Gary Oldman. O filme pode ter deixado a crítica dividida, mas este é um clássico de culto que fica melhor com o tempo.
Gravity, 2013
©Movie Still
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Este thriller de Alfonso Cuarón é o veículo perfeito para Sandra Bullock, que interpreta a especialista Ryan Stone. Perdida no espaço depois de uma colisão causada por um míssil russo, Stone vê o seu tempo contado e os seus recursos de oxigénio limitados, enquanto luta para alcançar a Estação Espacial Internacional. George Clooney surge no papel do astronauta veterano Matt Kowalski, mas o foco da narrativa permanece em Bullock e na sua interpretação extraordinária. Apesar da cinematografia e dos efeitos visuais, esta longa-metragem é ainda mais poderosa quando a câmara está colada ao capacete de Stone, captando o som da sua respiração, enquanto esta vê a Terra cada vez mais longe.
Interstellar, 2014
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Quando as tempestades de areia e a fome ameaçam a Terra, um antigo piloto da NASA é recrutado para encontrar outros planeta habitáveis. Esse homem é Joseph Cooper, brilhantemente interpretado por Matthew McConaughey — mas o filme é apoiado por duas interpretações igualmente fortes: Jessica Chastain no papel da cientista e filha de Cooper, Murphy, e Anne Hathaway no papel da astronauta Amelia Brand. Seja a atravessar planetas congelados na esperança de encontrar vida ou a estudar a natureza dos buracos negros na Terra, este par é crucial não só para a missão, mas também para a sobrevivência da humanidade.
Star Wars: The Force Awakens, 2015
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O primeiro capítulo da terceira e última saga do franchise Star Wars é um verdadeiro filme de ação, com uma mulher no centro de tudo: a aprendiz de Jedi, Rey, interpretada por Daisy Ridley. Depois de recrutar BB-8 e roubar a Millennium Falcon, a personagem fugir de Jakku, encontrar Han Solo e lutar contra a Primeira Ordem, em nome da Resistência. No follow-up de 2017, The Last Jedi, é Rey quem convence Luke Skywalker a sair do exílio — enquanto The Rise of Skywalker, o aguardado capítulo que chegará às salas de cinema este ano, verá o final do conflito entre os Jedi e os Sith.
Hidden Figures, 2016
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O drama de Theodore Melfi é uma representação importante do papel crucial que as matemáticas negras tiveram no lançamento dos astronautas para a órbita. Com Taraji P Henson no papel de Katherine Johnson, Octavia Spencer no de Dorothy Vaughan e Janelle Monáe no de Mary Jackson, este filme documenta as experiências destas personagens no Langley Research Center, um centro de investigação segregado da NASA em Virgina, à medida que lutam pela igualdade e pelo reconhecimento dos seus pares. O resultado? Um filme aclamado pela crítica, um sucesso de bilheteira, um SAG Award para Melhor Elenco e a força por detrás do programa financiado pelo estado norte-americano para mulheres que trabalham nos campos da ciência, tecnologia, engenharia e matemática, justamente chamado de #HiddenNoMore. Três anos depois do seu lançamento, o filme continua atual: neste mês de junho, a rua onde se localiza a sede da NASA em Washington DC foi renomeada para Hidden Figures Way, numa merecida homenagem ao trio.
High Life, 2018
©Movie Still
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Os filmes sobre o espaço são, frequentemente, odes idealísticas às nossas capacidades enquanto seres humanos — mas esse não é o caso de High Life, o primeiro filme em língua inglesa de Claire Denis, que conta a história de um grupo de criminosos que viajam para um buraco negro como parte de uma experiência científica. Entre aqueles que estão a servir uma sentença de morte estão Robert Pattinson, que interpreta o papel do misterioso Monte, Mia Goth no papel da rebelde Boyse, e Juliette Binoche no papel da médica Dibs, uma personagem obsecada com a ideia de conceber uma criança a partir da inceminação artificial. O resultado é um estudo horrorífico sobre desejo, medo e redenção, com o espaço como pano de fundo.